De tempos em tempos construo meu silêncio
Tomo 3 passos de distância da roadside
Enxergo a vida inteira de fora
Me desvinculo dos ruídos que me cercam
E deixo minha alma verbalizar.
Ouço as vozes que vem da carne.
Seus gritos, suas angústias.
Canto o canto da tristeza e com ele vou tecendo nossa narrativa.
Elas me contam sobre aquilo que o barulho dos dias abafa.
Dissertam sobre as memórias empoeiradas e esquecidas no fundo da gaveta.
Cavuco o que há lá no fundo.
Encontro o desafio.
Decido que a hora chegou.
Juntos choramos, tomamos uns drinks,
Ouvimos aquelas músicas que só podem terem sido escritas pra gente.
Degustamos o momento.
Apreciamos o nada.
Saboreamos o caminho.
Nos deleitamos no não agir.
A ação sem esforço.
Me encontro no caminho.
No estado do fluxo.
Ficamos ali, parados.
Depois dormimos o sono dos derrotados.
E acordamos achando que foi tudo um sonho besta.
Levantamos a cabeça.
Mas já não somos mais os mesmos.
Tudo está mais simples.
Algumas verdades que pareciam sempre jazer naquele momento.
Mas não éramos capazes de lê-las.
Agradeço ao silêncio.
Reverencio sua sabedoria.
Nele faço as pazes com meus demônios.
E sigo assim, caminhando pela estrada de tijolos dourados, restaurando os meus sonhos, revendo as rotas e apreciando a paisagem.
Ah, como é bela ela!
Como brilha.
Senta aqui do lado, vamos juntos...
Você não precisa me dizer nada, só sente.
Apenas esteja. ✨✨✨✨
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